sexta-feira, 16 de junho de 2017

REVISÃO REVOLUÇÃO FRANCESA (15 QUESTÕES)

Fala galera!!!
Cumprindo o combinado com as turmas 2001 e 2002 do Colégio Exame segue uma lista com 15 questões sobre a Revolução Francesa para que todos possam revisar esse assunto tão importante!!!

Espero que aproveitem... BOM TRABALHO!!!

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1.   A passagem do século XVIII para o século XIX inaugura o que, convencionalmente, se denomina de história contemporânea. Depois de quase quatro séculos de acumulação de capital, de comércio colonial, de sucessivas guerras hegemônicas e contra-hegemônicas, da desestrutura do feudalismo, da expansão da linguagem escrita e do ensino, da lenta conquista e subjugação de outras civilizações, a Europa teve de enfrentar uma profunda transformação de seu processo histórico.
SILVA, André Luiz Reis da. A nova ordem europeia no século XIX: os efeitos da dupla revolução na história contemporânea. Ciências & Letras, Porto Alegre, nº 47, p. 11-24, jan./jun. 2010.  

No contexto descrito, o desenvolvimento da burguesia iniciou uma nova era, que teve como principais marcos históricos 
a) a Revolução Industrial e a Francesa.   
b) a Reforma Protestante e a Contrarreforma.   
c) a Comuna de Paris e a Primavera dos Povos.   
d) a Guerra da Crimeia e a Guerra Civil Americana.   
e) a Guerra dos Trinta Anos e a Guerra dos Sete Anos.   
  
2.   A Revolução Francesa foi um dos momentos mais importantes no processo de formação do mundo contemporâneo. Foi um movimento violento que sepultou o absolutismo na cena política e o mercantilismo na economia, tendo um papel de grande destaque a burguesia, interessada em instituir um regime que atendesse aos seus interesses. Durante a revolução tomou forma um corpo legislativo denominado Assembleia Nacional, que tomou parte central na consolidação das reformas objetivadas pela revolução. 

Dentre as principais reformas realizadas na fase moderada da Revolução Francesa (1789-1791), pela Assembleia Nacional, podemos citar CORRETAMENTE:
a) Abolição dos privilégios especiais do clero e da nobreza; Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; subordinação da Igreja ao Estado; elaboração de uma constituição para a França; reformas administrativas e judiciárias; e ajuda à economia francesa.   
b) Declaração Universal dos Direitos Humanos; elaboração do Edito de Nantes, que dava liberdade religiosa para os não católicos; criação do Banco da França; legalização da anexação dos territórios da margem esquerda do Reno; elaboração do Código Civil Francês.   
c) Criação do Código Civil Francês; criação do Banco da França; elaboração da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão; elaboração das primeiras leis trabalhistas que proibiam o trabalho infantil; concessão do direito ao voto às mulheres.   
d) Direito de voto para todos os homens, independente da renda; favorecimento de legislação que incentivava o capitalismo comercial; reforma do sistema educacional com a criação dos liceus clássicos e de ofícios; maior autonomia para as províncias históricas da França; criação de uma estrutura descentralizada de governo na França.   
e) Regulamentação das leis trabalhistas na França; extensão do direito de voto para todos os homens e mulheres maiores de 18 anos; reconhecimento do direito de minorias; criação do Código Civil; a França se tornou uma confederação descentralizada, dividida em cantões com alto grau de autonomia política; elaboração da Constituição Civil do Clero.   
3.   “O governo revolucionário tem necessidade de uma atividade extraordinária, precisamente porque ele está em guerra. Suas regras não são uniformes nem rigorosas, porque as circunstâncias são tumultuadas e inconstantes (...). O governo revolucionário não tem nada em comum com a anarquia nem com a desordem. Sua meta, ao contrário, é de as reprimir para implantar e consolidar o reinado das leis.”
Discurso de Robespierre diante da Convenção, 25 de dezembro de 1793. In: COSTA, M.; DOUBLET, F. (coord.). Histoire Géographie, 4ª ed. Paris: Magnard, 1998. p. 60.

Durante a Revolução Francesa, ao assumir a direção da Convenção (1792-1794), os jacobinos adotaram medidas para conter as forças contrarrevolucionárias. 
O discurso de Robespierre, ao afirmar que as ações do governo revolucionário não podem estar submetidas a regras uniformes e rigorosas, procurava justificativas para
a) a criação do Tribunal Revolucionário, para julgar os suspeitos de atitudes contrarrevolucionárias. Muitas vezes, o destino dessas pessoas era a morte na guilhotina.   
b) a instituição do voto censitário, sendo assim apenas pessoas com posses poderiam exercer o poder de voto e se candidatar para mandatos eletivos.   
c) a convocação dos Estados Gerais, órgão consultivo formado por representantes dos três estados e que não se reunia desde 1614.   
d) a criação do Diretório, órgão que desempenhava o poder Executivo e era composto de cinco pessoas eleitas entre os deputados.    
e) a coroação de Napoleão Bonaparte, definida a partir de um plebiscito que aprovou o fim do Consulado e a transformação da França em Império.   
  
4.   Leia com atenção.

Hino da França – A Marselhesa (tradução)

Avante, filhos da Pátria,
O dia da Glória chegou.
Contra nós, a tirania
O estandarte encarnado se eleva!
Ouvis nos campos rugirem
Esses ferozes soldados?
Vêm eles até nós
Degolar nossos filhos, nossas mulheres.
Às armas cidadãos!
Formai vossos batalhões!
Marchemos, marchemos
Nossa terra do sangue impuro se saciará.

O Hino da Revolução Francesa, que mais tarde se tornaria o Hino da França, reflete muito do espírito de luta e sede de mudança que se expandiu principalmente entre
a) os clérigos e nobres, que procuravam manter os privilégios de que gozavam, principalmente em relação aos impostos.   
b) os burgueses que, em muitos casos, apesar de possuírem condições econômicas, não possuíam a participação política desejada.   
c) os camponeses, que pretendiam romper de vez com os laços escravistas que ainda ditavam as relações de trabalho na França.   
d) os representantes do proletariado em ascensão na França que, apesar de ter uma indústria incipiente, começava o processo de Revolução Industrial.   
  
5.   O texto abaixo refere-se à Revolução Francesa.

O Terror é doravante um sistema de governo, ou melhor, uma parte essencial do governo revolucionário. Seu braço. (...) Ele é também um meio de governo omnipresente, através do qual a ditadura revolucionária de Paris deve fazer sentir sua mão de ferro em todos os lugares, tanto nas províncias quanto nas forças armadas.
FURET, François ; OZOUF, Mona. Diccionnaire critique de la Révolution française. Événements. Paris: Flammarion, 1992. p. 298-299.


Considere as seguintes afirmações sobre o denominado Terror.

I. O governo jacobino, dirigido por Robespierre, e o Comitê de Salvação Pública foram responsáveis pelo período do Terror.
II. O Terror foi uma política de extermínio liderada pelos girondinos de origem burguesa.
III. O objetivo dessa política centrava-se na defesa da Revolução contra os inimigos internos e externos.

Quais estão corretas?
a) Apenas I.   
b) Apenas II.   
c) Apenas III.   
d) Apenas I e II.   
e) Apenas I e III.   
  
6.   Atente para as seguintes citações:

I. "Os reis, aristocratas e tiranos, independentemente da nação a que pertençam, são escravos que se revoltam contra o soberano da Terra, isto é, a humanidade, e contra o legislador do universo, a natureza."
(Maximilien Robespierre, líder e comandante do terror Jacobino, defensor de ideias revolucionárias para aquele tempo, como voto universal, eleições diretas, educação gratuita e obrigatória, e imposto progressivo, segundo a renda.)

II. "[...] garantir a propriedade do rico, a existência do pobre, o usufruto do industrial e a segurança de todos."
(Boissy d'Anglas, sobre o objetivo da Constituição de 1795, da qual foi o relator, promulgada pela Convenção após a queda do regime de terror implantado pelos jacobinos sob liderança de Robespierre.)

Analisando as citações acima, pode-se afirmar corretamente que
a) representam, respectivamente, os momentos de maior radicalização popular e de acomodação burguesa dentro do movimento revolucionário que derrubou o Antigo Regime na França em 1789.   
b) caracterizam o processo de reação da nobreza que, liderada por Robespierre, atacou os interesses da burguesia que a escravizava.   
c) significam o fim do Estado Burguês, pois tanto Robespierre quanto d’Anglas desejavam a segurança de todos os franceses indistintamente.   
d) ambas reproduzem a preponderância dos princípios burgueses de supremacia da liberdade individual e da fraternidade entre as classes sociais.   
  
7.   “O Terror, que se tornou oficial durante certo tempo, é o instrumento usado para reprimir a contrarrevolução(...). É a parte sombria e mesmo terrível desse período da Revolução [Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado dessa política.”
Michel Vovelle. A revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp, 2007, p. 74-75.

São exemplos dos “dois lados” da política revolucionária desenvolvida na França, durante o período do Terror,
a) o julgamento e a execução de cidadãos suspeitos e o tabelamento do preço do pão.   
b) a prisão do rei e da rainha e a conquista e colonização de territórios no Norte da África.   
c) a vitória na guerra contra a Áustria e a Prússia e o fim do controle sobre os salários dos operários.   
d) a ascensão política dos principais comandantes militares e a implantação da monarquia constitucional.   
e) o início da perseguição e da repressão contra religiosos e a convocação dos Estados Gerais.   
  
8.   Convenção Nacional, Reação Termidoriana, Diretório, Terror e 18 Brumário são fatos e movimentos que compõem o processo acontecido entre maio de 1789 e novembro de 1799. As várias fases da Revolução Francesa dão conta das diferenças e divergências existentes entre os grupos que conduziram o movimento revolucionário.

Assinale a única alternativa INCORRETA. 
a) O Golpe do “18 Brumário” foi uma tentativa desesperada da nobreza de voltar ao poder. Napoleão Bonaparte vinha de urna família de tradicionais jacobinos, e era contra a monarquia, mas mesmo assim aceitou liderar o ataque ao Palácio de Versalhes, que trouxe Luís XVI de volta ao poder.   
b) A Convenção Nacional governou a França entre 1792 e 1795 adotando um regime republicano. Os jacobinos eram a maioria entre os membros da Convenção e foi por isso mesmo que o rei Luís XVI foi julgado, acusado de traição e executado na guilhotina em 1793.    
c) O golpe “9 de Termidor”, ou Reação Termidoriana, marcou a ascensão da ala moderada da burguesia ao poder. Os girondinos, que representavam a burguesia comercial, conseguiram, por um ato de força, afastar as camadas populares (jacobinos) do centro do poder político.    
d) A Convenção criou o Comitê de Salvação Pública, que combatia os contrarrevolucionários praticando o “Terror”. Primeiro foram os monarquistas, os girondinos e os moderados a serem guilhotinados. Depois, até os grupos mais próximos aos jacobinos foram alcançados pelo Terror.    
e) O Diretório foi eleito em 1795, baseado em uma aliança com o exército e incumbido de elaborar a nova Constituição da República francesa que nascia. Para a burguesia, o Diretório deveria ser moderado e manter a revolução longe da república democrática Jacobina e do Antigo Regime.    
  
9.   Felizmente, a Revolução Francesa ainda está viva. Pois a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, os valores da Razão e do Iluminismo – os valores que construíram a civilização moderna (...) – são mais necessários do que nunca, na medida em que o irracionalismo, a religião fundamentalista, o obscurantismo e a barbárie estão, mais uma vez, avançando sobre nós. É, portanto, uma boa coisa que, no ano de seu bicentenário (1989), tenhamos a ocasião de pensar novamente sobre os acontecimentos históricos que há dois séculos transformaram o mundo. Para melhor.
(Hobsbawm, Eric. Ecos da Marselhesa: Dois séculos reveem a Revolução Francesa. São Paulo: Companhia da Letras, 1996. p. 127. In: Marques, Adhemar. Pelos caminhos da história. Ensino médio. Curitiba: Positivo, 2006. p. 254.)

Na visão do autor do texto, um dos mais conceituados historiadores de nosso tempo, a “Revolução Francesa ainda está viva”. 
Acerca do pensamento de Hobsbawm e os acontecimentos que permeiam o cotidiano atual, é correto afirmar que
a) é possível estabelecer relações de semelhança entre os atores sociais, que protagonizaram a revolução burguesa em questão, e os embates, que ainda permanecem presentes em nossa sociedade.   
b) a presença de sinais de conflito, tais como o “irracionalismo” e o “obscurantismo”, citados pelo historiador, comprova a total ineficácia do processo revolucionário empreendido em 1789.   
c) percebe-se, nos dias atuais, que os entraves feudais, os quais foram os grandes causadores da Revolução Francesa, permanecem como uma constante na realidade de toda a Europa Ocidental.   
d) como ainda existem, na atualidade, as mesmas classes sociais do período moderno, palco da Revolução Francesa, a história permanece a mesma, sem alterações que possam ser consideradas válidas.   
  
10.   Oh! Aquela alegria me deu náuseas. Sentia-me ao mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu disse: tanto melhor e tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando a justiça em suas mãos. Aprovo essa justiça, mas poderia não ser cruel? Castigos de todos os tipos, arrastamentos e esquartejamentos, tortura, a roda, o cavalete, a fogueira, verdugos proliferando por toda parte trouxeram tanto prejuízo aos nossos costumes! Nossos senhores colherão o que semearam.
Graco Babeuf, citado por R. Darnton. O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p. 31. Adaptado.

O texto é parte de uma carta enviada por Graco Babeuf à sua mulher, no início da Revolução Francesa de 1789. O autor
a) discorda dos propósitos revolucionários e defende a continuidade do Antigo Regime, seus métodos e costumes políticos.   
b) apoia incondicionalmente as ações dos revolucionários por acreditar que não havia outra maneira de transformar o país.   
c) defende a criação de um poder judiciário, que atue junto ao rei.   
d) caracteriza a violência revolucionária como uma reação aos castigos e à repressão antes existentes na França.   
e) aceita os meios de tortura empregados pelos revolucionários e os considera uma novidade na história francesa.   
  
11.   Os diversos grupos envolvidos na Revolução Francesa interpretaram diferentemente os princípios teóricos que a fundamentaram. Uma interpretação desses princípios pode ser exemplificada no Manifesto dos Iguais, que se expressava nos seguintes termos:

Desde a própria existência da sociedade civil, o atributo mais belo do homem vem sendo reconhecido sem oposição, mas nem uma só vez pôde ver-se convertido em realidade: a igualdade nunca foi mais do que uma bela e estéril dicção da lei. E hoje, quando essa igualdade é exigida numa voz mais forte do que nunca, a resposta é esta: “Calai-vos, miseráveis! A igualdade não é realmente mais do que uma quimera; contentai-vos com a igualdade relativa: todos sois iguais em face da lei. Que quereis mais, miseráveis?” Que mais queremos? Queremos igualdade efetiva ou a morte. De que mais precisamos além da igualdade de direitos? Queremos vê-la entre nós, sob o teto das nossas casas.
BABEUF, Graco. Manifesto dos Iguais. 

Elaborado na fase do Diretório, esse Manifesto inspirou a “Conspiração dos Iguais”, que foi sufocada, e seu líder, Graco Babeuf, preso e executado.
No contexto da Revolução Francesa, esses acontecimentos evidenciam que
a) o partido conservador, cujos membros eram conhecidos como realistas, uniu-se à alta burguesia e lutava para restaurar a monarquia.   
b) a facção dos radicais, liderada por Robespierre, temia a ascensão das massas operárias.   
c) os ideais inspiradores do movimento revolucionário foram aplicados na medida em que atenderam os interesses da burguesia.   
d) as ideias radicais orientaram a ação dos jacobinos, que assumiram a liderança do processo revolucionário.   
  
12.   Que o preço de todos os gêneros de primeira necessidade seja fixado invariavelmente sobre os dos ditos antigos, depois de 1789 até, inclusive, o ano 90, proporcionalmente às suas qualidades diversas; que as matérias-primas sejam também tabeladas, de maneira que os lucros da indústria, os salários do trabalho e os benefícios do comércio possam facultar ao homem industrioso, ao agricultor, ao comerciante, adquirir a coisas necessárias e indispensáveis à subsistência, e ainda tudo quanto possa contribuir para o bem-estar.
(Albert Soboul. História da Revolução Francesa)

A medida tratada no texto e colocada em vigor durante a Revolução Francesa pelo Comitê de Salvação Pública foi:
a) a Lei do Máximo;   
b) a Lei dos Suspeitos;   
c) a redação dos cadernos de queixas;   
d) a abolição dos direitos feudais;   
e) a abolição das corporações de ofício.   
  
13.   “A execução de Luís XVI, em janeiro de 1793, abalou a nobreza europeia. No interior da França, eclodiram revoltas (...). No exterior, formou-se a Primeira Coligação europeia (...). A França foi novamente invadida. (...) Teve início então, o Período do Terror, que se estenderia até julho de 1794.”

O Período do Terror, caracterizado pela radicalização do processo revolucionário, ocorreu durante a fase da (o)
a) Monarquia Constitucional e era chefiado por jacobinos.   
b) Diretório e era dirigido por girondinos.   
c) Assembleia Legislativa e era comandado por “sans-culottes”.   
d) Assembleia Nacional Constituinte e era orientado por girondinos.   
e) Convenção Nacional e era liderado por jacobinos.   
  
14.   No início da Revolução Francesa, a Assembleia Nacional Constituinte promulgou, em 26 de agosto de 1789, a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que estabelecia: “Os homens nascem e são livres e iguais em direitos” (art. 1º). 

Tal texto reflete uma característica do pensamento liberal, que:
a) eliminava a ordem social e política calcada nos privilégios de nascimento;   
b) fortalece o poder real;   
c) preservava os direitos seculares do clero e da nobreza;   
d) proclamava a igualdade econômica de todos.   
  
15.   “ Santa Guilhotina, protetora dos patriotas, rogai por nós;
Santa Guilhotina, terror dos aristocratas, protegei-nos;
Máquina adorável, tende piedade de nós;
Máquina adorável, tende piedade de nós;
Santa Guilhotina, livrai-nos de nossos inimigos.”
(In ARASSE, Daniel. A Guilhotina e o Imaginário do Terror. SP: Atica, 1989. p 106-107)

A leitura do texto remete ao período da Revolução Francesa conhecido como Terror, que pode ser identificado como o momento
a) de diversas revoltas lideradas por trabalhadores rurais que pleiteavam o direito à terra, e contra os quais o governo girondino utilizou a guilhotina indiscriminadamente.   
b) de medidas populares, tais como o controle de preços e a reforma agrária, sob a liderança jacobina, durante o qual a guilhotina representava para muitos a justiça revolucionária.   
c) do apogeu do domínio burguês, caracterizado pela criação do Banco de França e pelo aumento do comércio francês com as nações europeias, durante o qual a guilhotina simbolizava a eliminação dos resquícios feudais.   
d) do retorno da nobreza em uma ação contrarrevolucionária, que eliminou as lideranças burguesas e populares que haviam iniciado o processo revolucionário e utilizou a guilhotina como protetora da pátria ameaçada.   
e) resultante da Lei de Cercamentos, que provocou a expulsão dos camponeses de suas terras e sua execução sumária, através do uso da guilhotina.   
 
Gabarito:  

Resposta da questão 1:  [A]

Somente a proposição [A] está correta. A questão remete ao longo processo de transição das estruturas feudais para as estruturas capitalistas. Na Baixa Idade Média, séculos XII-XV, ocorreram inúmeras transformações na Europa que contribuíram para o início da crise feudal. Surgiu a burguesia que dinamizou a economia através do comércio, moeda e mundo urbano. A Idade Moderna, séculos XV-XVIII, foi caracterizada pelo capitalismo comercial-mercantil e com acúmulo de capital nas mãos da burguesia. No final do século XVIII ocorreram dois grandes fatos históricos que contribuíram muito para o fim do mundo feudal e a consolidação do capitalismo. Trata-se da Revolução Francesa e da Revolução Industrial.  

Resposta da questão 2:  [A]

A questão remete a Revolução Francesa, 1789-1799. A Revolução Francesa foi uma revolução burguesa que destruiu o “Antigo Regime” (Absolutismo e Mercantilismo) implantando as bases do capitalismo liberal-industrial na França. A primeira fase do movimento é denominada de Assembleia Nacional Constituinte, 1789-1791 na qual ocorreram fatos importantes para a Revolução Francesa e para a posteridade, tais como: o fim dos privilégios feudais no dia 4 de agosto de 1789, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão em 26 de agosto de 1789, a Constituição Civil do Clero de 1790 subordinando a Igreja ao Estado e a constituição de 1791.  

Resposta da questão 3: [A]

A questão remete a Revolução Francesa, 1789-1799, em especial ao período da Convenção Nacional, 1792-1795. Em meados de 1793, os Jacobinos com apoio dos Sans Culottes assumiram o poder dentro da Convenção Nacional e implantaram um governo ancorado em reformas sociais significativas e o terrorismo através da guilhotina. Robespierre, "o incorruptível”, apoiado nas ideias do filósofo iluminista Rousseau tornou-se o maior líder dos jacobinos. Neste período foram criados comitês como o de “Salvação Nacional” e de “Salvação Pública” que julgavam os opositores da revolução.  

Resposta da questão 4: [B]

Ás vésperas da Revolução Francesa, a pirâmide social francesa contava com três camadas sociais hierarquicamente organizadas, a saber: (1) primeiro estado – clero, (2) segundo estado – nobreza e (3) terceiro estado – trabalhadores e burguesia (povo em geral).

O terceiro estado não possuía direitos ou participação política, tendo como única obrigação trabalhar, pagar impostos e sustentar a França. Por essa razão, o movimento revolucionário teve início.  

Resposta da questão 5: [E]

A afirmativa [II] está incorreta porque a Fase do Terror foi liderada pelo lado jacobino do Terceiro Estado, e não pelo lado girondino.  

Resposta da questão 6: [A]

As citações deixam claro que Jacobinos e Girondinos tinham posições bem diferentes na França, apesar de derivarem do Terceiro Estado. Os primeiros eram radicais no modo de pensar e agir, tanto que defendiam eleições diretas e a morte de qualquer opositor do povo. Os últimos pensavam e agiam de maneira moderada, dando ênfase ao pensamento burguês, como fica claro nas afirmações “garantir a propriedade do rico (...) [e] o usufruto do industrial (...)”.  

Resposta da questão 7: [A]

Somente a alternativa [A] está correta. Na Revolução Francesa, 1789-1799, ocorreu o período do “Terror” entre junho de 1793 até julho de 1794 no contexto da Convenção nacional. Os jacobinos liderados por Robespierre com apoio dos Sans culottes utilizaram a guilhotina e mataram muitas pessoas consideradas traidoras da revolução. No entanto, apesar do terror e da violência, os jacobinos adotaram algumas medidas sociais importantes como a lei do máximo que congelou preços e aboliu a escravidão nas colônias das França, criou um novo sistema de pesos e medidas, entre outras medidas importantes. As demais alternativas estão incorretas. O rei foi guilhotinado antes do período do terror. Em setembro de 1792 foi adotada a república na França. A perseguição aos religiosos começou antes e a convocação dos Estados Gerais ocorreu em 1789.  

Resposta da questão 8: [A]

O Golpe do 18 Brumário – que levou Napoleão ao poder – foi articulado pelos girondinos (grupo do Terceiro Estado cuja atuação era moderada) com a intenção de (1) pôr fim às disputas entre os grupos do Terceiro Estado e (2) consolidar a Revolução.  

Resposta da questão 9: [A]

A proposição [A] está correta. A Revolução Francesa, 1789-1799, liderada pela burguesia, foi inspirada no ideário iluminista, sobretudo as ideias de liberdade, igualdade e fraternidade. Em 1799, Napoleão Bonaparte deu um golpe de Estado chamado “Golpe do 18 Brumário” colocando fim a Revolução Francesa. No entanto, os trabalhadores da França e de todo o mundo não usufrui de liberdade, igualdade e fraternidade. Esta bandeira da Revolução Francesa é muito atual considerando que temos ainda muito para conquistar. As demais alternativas estão incorretas. Não temos hoje as mesmas classes sociais da Idade Moderna. Atualmente não há na Europa entraves feudais, estes foram suprimidos na era das “Revoluções Burguesas”.  

Resposta da questão 10: [D]

O texto mostra os sentimentos de Graco Babeuf em relação aos eventos que iniciaram a Revolução Francesa, em 1789. Tais sentimentos apresentam-se contraditórios, embora, ao final, Babeuf deixe claro que a ação violenta dos revolucionários era uma resposta aos abusos cometidos pelo Antigo Regime francês ("Nossos senhores colherão o que semearam"). Posteriormente, na fase da Revolução Francesa conhecida como Diretório, Graco Babeuf liderou a Conjura dos Iguais.  

Resposta da questão 11: [C]

A fase do Diretório iniciou-se com a derrubada do governo de Robespierre e a execução de diversos líderes populares. Essa fase é muitas vezes compreendida como “contra revolução burguesa”, momento em que os projetos populares perdem espaço e o país passa a ser comandado pela burguesia. A Conspiração dos Iguais foi a principal manifestação contra o projeto burguês que se implementava.  

Resposta da questão 12: [A]

O texto discorre sobre a fase radical da Revolução Francesa, na qual o partido jacobino governou. Uma das medidas tomadas nesse período foi a Lei do Máximo sobre as mercadorias, que, dessa forma, pretendia ajudar os mais pobres.  

Resposta da questão 13: [E]

É preciso conhecer a cronologia da Revolução Francesa para responder a esta questão. Se o estudante conhecer as propostas dos grupos políticos envolvidos no processo revolucionário, também conseguirá resolver à questão de forma tranquila, uma vez que os jacobinos são conhecidos por seu radicalismo.
O único fator que poderia complicar o aluno é a alternativa [A]. Mas, por outro lado, a execução de Luís XVI marca o fim da monarquia na França durante esse período.  

Resposta da questão 14: [A]

A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão buscava, dentre outras coisas, acabar com um dos maiores males da época do Antigo Regime: a valorização social a partir do critério de nascimento. Tal valorização beneficiava a Nobreza e estabelecia uma hierarquização social prejudicial às camadas mais baixas da sociedade.  

Resposta da questão 15: [B]

Em 1792, inicia-se na França o governo da Convenção, dominada pelos jacobinos (radicais) sob a liderança de Robespierre, Danton e Marat que organizaram as guardas nacionais, encarregadas de eliminar qualquer oposicionista ao novo governo conduzindo-os à guilhotina. Muitos integrantes da nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período. A violência e a radicalização política são as marcas desta época, chamada também de fase do Terror.  

21 QUESTÕES SOBRE OBRAS DE ARTE BRASILEIRAS - IMPÉRIO E REPÚBLICA

Olá, Pessoal!!!

Segue uma lista especial... somente questões com obras de arte brasileiras!!!

Aproveite para estudar e apreciar essas preciosidades!!!

BONS ESTUDOS E EXCELENTE APRECIAÇÃO!!!

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1. Observe a imagem e leia o texto a seguir:


Victor Meirelles. A primeira missa, 1861.

Victor Meirelles foi aluno da Academia Imperial de Belas Artes durante o segundo reinado no Brasil. A pintura revela a influência do Romantismo no trabalho do artista. Esse movimento, ao lado do Neoclassicismo, orientou o trabalho dos artistas da Academia nesse período.

Sobre o Romantismo no Brasil, é correto afirmar:

I. Demonstrou grande originalidade em relação a modelos anteriores, consagrados pela História da Arte.
II. Estava diretamente relacionado ao chamado projeto civilizatório da elite política e cultural do século XIX brasileiro.
III. Buscou a idealização por meio da razão e de formas eruditas resgatadas do passado clássico, capazes de expressar valores universais e eternos.
IV. Procurou valorizar o índio e a exuberância da natureza tropical, com a finalidade de construir uma identidade nacional.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.
a) I e II.   
b) I e III.   
c) II e IV.   
d) I, III e IV.   
e) II, III e IV.   

2. Distantes uma da outra quase 100 anos, as duas telas seguintes, que integram o patrimônio cultural brasileiro, valorizam a cena da primeira missa no Brasil, relatada na carta de Pero Vaz de Caminha. Enquanto a primeira retrata fielmente a carta, a segunda — ao excluir a natureza e os índios — critica a narrativa do escrivão da frota de Cabral. Além disso, na segunda, não se vê a cruz fincada no altar.


Victor Meirelles. A primeira missa, 1861.



Cândido Portinari. A primeira missa, 1948.

Ao comparar os quadros e levando-se em consideração a explicação dada, observa-se que
a) a influência da religião católica na catequização do povo nativo é objeto das duas telas.   
b) a ausência dos índios na segunda tela significa que Portinari quis enaltecer o feito dos portugueses.   
c) ambas, apesar de diferentes, retratam um mesmo momento e apresentam uma mesma visão do fato histórico.   
d) a segunda tela, ao diminuir o destaque da cruz, nega a importância da religião no processo dos descobrimentos.   
e) a tela de Victor Meirelles contribuiu para uma visão romantizada dos primeiros dias dos portugueses no Brasil.   


3. Observe a pintura.


Victor Meirelles. Moema, 1866.

Em seu contexto de origem, o quadro acima corresponde a uma 
a) denúncia política das guerras entre as populações indígenas brasileiras.    
b) idealização romântica num contexto de construção da nacionalidade brasileira.    
c) crítica republicana à versão da história do Brasil difundida pela monarquia.    
d) defesa da evangelização dos índios realizada pelas ordens religiosas no Brasil.    
e) concepção de inferioridade civilizacional dos nativos brasileiros em relação aos indígenas da América Espanhola.    

4. Observe a pintura.


José Maria de Medeiros. Iracema, 1881.

O romance Iracema, de José de Alencar, publicado em 1865, influenciou artistas, como José Maria de Medeiros, que nele encontraram inspiração para representar imagens do Brasil e do povo brasileiro no período imperial (1822-1889).
Na construção da identidade nacional durante o Império do Brasil, identifica-se a valorização dos seguintes aspectos:
a) clima ameno / índole guerreira dos ameríndios   
b) grandeza territorial / integração racial das etnias   
c) extensão litorânea / sincretismo religioso do povo   
d) natureza tropical / herança cultural dos grupos nativos   

5. A pintura é uma manifestação artística que pode ser utilizada como fonte histórica, reforçando uma versão da história. Nesse sentido, observe o quadro do pintor paraibano Pedro Américo:

 

 Pedro Américo. Independência ou morte, 1888.

No campo da historiografia, essa imagem:
a) sintetiza o verdadeiro sentimento de toda a nação em relação a Portugal.   
b) expõe a luta de classes existente no país no período da independência.   
c) expressa o apoio popular ao processo de autonomia política do Brasil.   
d) representa uma visão heroica e romanceada da separação política do país.   
e) mostra a independência como anseio de grupos subalternos.   

6. Considere o texto e a imagem abaixo.

Há no Romantismo nacional uma expressão evidente do culto da nacionalidade, o qual, tomado num sentido mais amplo, se manifesta também em lutas pela afirmação da liberdade política e determina a exaltação de valores e tradições. Esse sentimento é tomado também nos seus aspectos sociais, sob o apanágio dos direitos do homem livre, razão de ser do movimento abolicionista e matéria para o romance, para o teatro e para a poesia da época.
(Adaptado de: CANDIDO, Antonio e CASTELLO, José Aderaldo. Presença da Literatura Brasileira I. Das origens ao Romantismo. São Paulo: DIFE, 1974, p. 207-208)


Victor Meireles. Batalha Naval do Riachuelo, 1872.

Com base na observação da pintura e no conhecimento histórico, é correto afirmar que o autor da tela
a) optou pela construção de um ideal épico, liberal e humanitário da batalha e contrário à política externa de D. Pedro II de controlar a Região do Prata.   
b) procurou enaltecer a capacidade produtiva da economia brasileira, exibindo um arsenal naval e bélico utilizado na batalha Naval de Riachuelo, em 1865.   
c) optou pela construção de uma visão épica, heroica e romantizada da batalha e atendia ao projeto de afirmação da nacionalidade orquestrado por D. Pedro II.   
d) retratou a cena de um episódio da Guerra do Paraguai e enfatizou o caráter devastador, desumano e cruel do conflito, travado em 22 de setembro de 1866.   
e) retratou a saída dos soldados brasileiros do acampamento de Tuiuti, onde ocorreu uma das batalhas da Guerra do Paraguai e a execução dos feridos.   
  
7. Observe as imagens.
  

Pedro Américo. A fala do trono, 1873.


Victor Meireles. Batalha Naval do Riachuelo, 1872.

A pintura histórica alcançou no século XIX importante lugar no projeto político do Segundo Reinado. Esse gênero artístico mantinha intenso diálogo com a produção do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Por meio da pintura histórica, forjou-se um passado épico e monumental, em que toda a população pudesse se sentir representada nos eventos gloriosos da história nacional. O trabalho de Araújo Porto-Alegre como crítico de arte e diretor da Academia Imperial de Belas Artes possibilitou a visibilidade da pintura histórica com seus pintores oficiais, Pedro Américo e Victor Meirelles.
CASTRO, Isis Pimentel de. Adaptado de periodicos.ufsc.br.

Considerando as imagens das telas e as informações do texto, as pinturas históricas para o governo do Segundo Reinado tinham a função essencial de:
a) consolidar o poder militar   
b) difundir o pensamento liberal   
c) garantir a pluralidade política   
d) fortalecer a identidade nacional   

8. Observe as imagens.



François-René Moreaux. Proclamação da Independência, 1844. 



 As imagens, que retratam D. Pedro I e D. Pedro II, procuram transmitir determinadas representações políticas acerca dos dois monarcas e seus contextos de atuação. A ideia que cada imagem evoca é, respectivamente
a) Habilidade militar — riqueza pessoal.   
b) Liderança popular — estabilidade política.   
c) Instabilidade econômica — herança europeia.   
d) Isolamento político — centralização do poder.   
e) Nacionalismo exacerbado — inovação administrativa.   

9. Observe a pintura


Modesto Brocos. A redenção de Cam, 1895.

Na imagem, o autor procura representar as diferentes gerações de uma família associada a uma noção consagrada pelas elites intelectuais da época, que era a de
a) defesa da democracia racial.   
b) idealização do universo rural.   
c) crise dos valores republicanos.   
d) constatação do atraso sertanejo.   
e) embranquecimento da população.   
  
10.   Leia o excerto e observe a reprodução da pintura:



“Não pretendo reconstituir as diferentes versões dadas pelos participantes do 15 de novembro. Basta observar que por muito tempo digladiaram-se partidários de Deodoro, Benjamin Constant, Quintino Bocaiuva, Floriano Peixoto. A disputa tomava às vezes caráter apaixonado e girava em torno de pontos aparentemente irrelevantes. Tome como exemplo o que se poderia chamar a guerra dos vivas. Quem deu vivas a quem, ou a quê, em que momento? As versões são desencontradas. Deodoro teria dado um viva ao imperador ao entrar no Quartel-General? Ao sair do Quartel? Benjamin Constant deu vivas à República para abafar o viva ao imperador dado por Deodoro? Teria esse censurado os vivas à República dizendo que ainda era cedo ou que fossem deixados ao povo? O que significa o famoso óleo de H. Bernadelli, transformado em versão oficial e sagrada do momento da proclamação?”

(CARVALHO, José Murilo. A formação das almas. O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, p.36).


Analise as proposições considerando o contexto histórico, as questões levantadas pelo historiador José Murilo de Carvalho e o significado da pintura de Henrique Bernadelli.

I. Pode-se afirmar que não apenas ocorreram disputas de poder entre os participantes envolvidos no acontecimento, mas também em relação ao próprio estabelecimento de uma versão oficial, sobre o 15 de novembro, destinada à história.
II. Transformações tão importantes, como a mudança de um regime político, por exemplo, implicam conflitos sobre a definição dos papéis dos vários atores envolvidos, os títulos de propriedade que cada um julgava ter sobre o novo regime e a própria natureza da República.
III. Ao afirmar que o óleo de Henrique Bernadelli é uma versão oficial e sagrada da proclamação, o historiador José Murilo de Carvalho está indicando que o Marechal Deodoro da Fonseca foi o fundador da República no Brasil.
IV. A notoriedade como versão oficial do óleo de Henrique Bernadelli, por um lado, permite compreender a força de um grupo que considerava a proclamação um ato estritamente militar, executado sob a liderança do marechal Deodoro da Fonseca e, por outro, refletir sobre a busca de um herói que pudesse significar o novo regime político instaurado e legitimar uma versão oficial.

Assinale a alternativa correta
a) Somente as afirmativas II e IV são verdadeiras.    
b) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.    
c) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras.    
d) Somente a afirmativa III é verdadeira.    
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.   

11. Em 1906, quando Antonio Lemos era intendente de Belém, ele adquiriu para o Conselho Municipal uma série de pinturas, como esta que mostra uma família num jardim à margem da baía do Guajará.


O quadro retrata um estilo de vida da cidade em uma época que hoje conhecemos por belle-époque. O intendente Antonio Lemos e a elite oligárquica queriam por meio dessa exposição artística
a) mostrar que a civilização de origem europeia havia chegado aos trópicos e que Belém estava voltada para os ideais desta cultura presente nos modos e vestes retratados.   
b) exaltar a vida em família num recanto de jardim como algo para ficar na memória, como se fazia na Europa nas pinturas impressionistas e modernistas.   
c) apresentar os recantos da cidade para muitos turistas que aqui chegavam e não conheciam o cotidiano de Belém e sua cultura.   
d) divulgar o estilo de vida recatado e simples da população paraense que, na época, era completamente diferente do restante do Brasil.   
e) valorizar os elementos da cultura popular, como a música das serestas, que era então um dos símbolos da cultura da Amazônia.   

12. Observe a pintura.



Sobre este quadro, "A Negra", pintado por Tarsila do Amaral em 1923, é possível afirmar que
a) se constituiu numa manifestação isolada, não podendo ser associada a outras mudanças da cultura brasileira do período.   
b) representou a subordinação, sem criatividade, dos padrões da pintura brasileira às imposições das correntes internacionais.   
c) estava relacionado a uma visão mais ampla de nacionalização das formas de expressão cultural, inclusive da pintura.   
d) foi vaiado, na sua primeira exposição, porque a artista pintou uma mulher negra nua, em desacordo com os padrões morais da época.   
e) demonstrou o isolamento do Brasil em relação à produção artística da América Latina, que não passara por inovações.   

13. Observe o quadro Estrada de Ferro Central do Brasil (1924), de Tarsila do Amaral.


Na obra, podem-se reconhecer algumas características do modernismo brasileiro nas artes, como
a) o extremo pessimismo em relação ao futuro das cidades modernas, porque coisificam todos os seus habitantes, associado à atitude de enorme repúdio contra as raízes religiosas brasileiras.   
b) a aversão ao desenvolvimento urbano-industrial, responsabilizado pelo aparecimento de cidades caóticas e desiguais, e a negação das tradições nacionais por meio da utilização de cores presentes na cultura europeia.   
c) a concepção de que a felicidade humana relaciona-se com o espaço rural e não com o urbano, fazendo a apologia da vida campesina, ao mesmo tempo em que nega ao cubismo sua condição de arte.   
d) a exaltação da melancolia, porque passou a ser considerada a mais importante qualidade do brasileiro, somada ao individualismo, representados pela utilização exclusiva de formas arredondadas.   
e) a busca por temas e fontes nacionais e com o contraste das paisagens rurais e dos aspectos urbanos, com a presença do templo católico e da estrada de ferro, representando, de forma geral, o atraso e o progresso do Brasil.   

Observe o quadro Abaporu para responder as questões 14 e 15.


Tarsila do Amaral. Abaporu, 1928.

14. Em janeiro de 1928, Tarsila queria dar um presente de aniversário especial ao seu marido, Oswald de Andrade. Pintou o Abaporu. Eles acharam que parecia uma figura indígena, antropófaga, e Tarsila lembrou-se do dicionário tupi-guarani de seu pai. Batizou-se quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico.
Disponível em: www.tarsiladoamaral.com.br. Acesso em: 4 ago. 2012 (adaptado).

O movimento originado da obra Abaporu pretendia se apropriar
a) da cultura europeia, para originar algo brasileiro.   
b) da arte clássica, para copiar o seu ideal de beleza.   
c) do ideário republicano, para celebrar a modernidade.   
d) das técnicas artísticas nativas, para consagrar sua tradição.   
e) da herança colonial brasileira, para preservar sua identidade.   

15. A Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo em 1922, representou um marco na cultura brasileira. Tarsila do Amaral trouxe a público, em 1928, a obra o Abaporu, que passou a ser representativa do Manifesto Antropofágico.

Esse manifesto
a) defendia a migração de europeus para diminuir a importância dos brasileiros.   
b) propunha a “deglutição” da cultura europeia remodelada e devidamente enraizada à terra brasileira, sintetizada na conhecida frase “Tupi or nor tupi, that’s the question”.   
c) exaltava a cultura europeia e o transplante cultural e artístico do Velho para o Novo Mundo.   
d) valorizava a presença da cultura estrangeira no Brasil e também a manutenção de padrões arcaicos.   
e) justificava a mentalidade subserviente e o sentimento de inferioridade do brasileiro em relação aos europeus.   

16. Observe a pintura.


Tarsila do Amaral. Antropofagia, 1929.

A obra Antropofagia, de Tarsila do Amaral, sintetiza uma das características dos modernistas, em 1922, ou seja,
a) renovação artística de inspiração europeia, voltada aos padrões externos, negando em definitivo a temática nacional.   
b) ufanismo brasileiro, expresso nas cores, formas e conteúdos, de inspiração nacionalista e de culto ao herói.   
c) renovação artística quanto à forma e conteúdo, repensando a cultura brasileira e a realidade nacional.   
d) revisão da temática brasileira, reavaliando os conteúdos artístico-culturais, impregnados da ideologia socialista e da estética surrealista.   
e) reprodução da estética europeia, incorporando cenas do cotidiano, porém sem liberdade de linguagem pictórica e literária.   

17.   Analise as figuras a seguir.



A relação do homem com a terra, expressa pelo universo do trabalho, é assunto recorrente na produção de fotógrafos e artistas plásticos. A fotografia e a pintura abordam essa temática. Com base na análise dessas figuras e nos conhecimentos sobre arte e história, considere as afirmativas a seguir.

I. Tanto na fotografia quanto na pintura, há elementos compositivos que constituem um sistema perspectivo gerador do efeito de profundidade e que podem ser considerados documentos históricos.
II. Café explicita anseios do movimento modernista, como a busca de uma temática nacional no contexto de uma economia predominantemente agrícola.
III. A fotografia, por ser um instrumento mecânico de apreensão da realidade, renuncia a elementos estéticos ou de caráter documental.
IV. Em Café, a figura humana adquire formas robustas, sugerindo a ligação dos personagens com o trabalho e a terra, bem como a sua capacidade produtiva.

Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.   
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.   
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.   
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.   
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.

18. Considere a imagem seguinte:



O quadro Os operários (1933), de Tarsila do Amaral, é um dos exemplos da arte moderna brasileira. Com base na análise desse quadro e no contexto histórico de sua produção, analise as seguintes afirmações:

I. Esse quadro foi o marco inicial da pintura modernista no Brasil.
II. A Semana de Arte Moderna, realizada no Rio de Janeiro, em 1922, foi um dos eventos iniciais de divulgação da estética modernista no país.
III. O quadro Os operários representa, entre outras questões, a diversidade étnica do povo brasileiro.
IV. Além de Tarsila do Amaral, destacaram-se, na pintura modernista brasileira, as figuras de Anita Malfatti e Cândido Portinari.
V. A presença africana no Brasil também está representada na referida obra da artista.

Estão CORRETAS
a) I, II e IV.   
b) II, IV e V.   
c) III, IV e V.   
d) I, III e V.   
e) II, III e V.

19. Observe a pintura.




Olhando para esta tela do pintor brasileiro, Candido Portinari, "Família de Retirantes", de 1944, pode-se estabelecer relações com
a) as ideias integralistas dos nacionalistas.   
b) a doutrina social da hierarquia da Igreja católica.   
c) a propaganda oficial da política de Vargas.   
d) a desesperança típica do pós-guerra.   
e) a postura de engajamento e crítica social.   

20. Observe a pintura.



Sem formação acadêmica específica em artes visuais, Heitor dos Prazeres, que também é compositor e instrumentista, é reconhecido artista popular do Rio de Janeiro. Suas pinturas de perspectivas imprecisas e com traços bem demarcados são figurativas e sugerem movimento. Essa obra retrata  
a) a confraternização de uma população socialmente marginalizada.    
b) o inconformismo da população de baixa renda da capital.    
c) o cotidiano da burguesia contemporânea da capital.   
d) a instabilidade de uma realidade rural do Brasil    
e) a solidariedade da população nordestina.    

21. Observe a pintura.
  
 O artista Artur Barrio nasceu em Portugal e mudou-se para o Brasil em 1955, dedicando-se à pintura a partir de 1965. Em 1969, começa a criar as Situações: trabalhos de grande impacto, realizados com materiais orgânicos como lixo, papel higiênico, detritos humanos e carne putrefata, com os quais realiza intervenções no espaço urbano. No mesmo ano, escreve um manifesto no qual contesta as categorias tradicionais da arte e sua relação com o mercado, e a conjuntura histórica da América Latina. Em 1970, na mostra coletiva Do corpo à terra, espalha as Trouxas ensanguentadas em um rio em Belo Horizonte.
(http://enciclopedia.itaucultural.org.br. Adaptado.)

Relacionando-se a imagem, as informações contidas no texto e o contexto do ano da mostra coletiva Do corpo à terra, é correto interpretar a intervenção Trouxas ensanguentadas como uma
a) denúncia da situação política e social do Brasil.   
b) revelação da pobreza da população brasileira.   
c) demonstração do caráter perdulário das sociedades de consumo.   
d) crítica à falta de planejamento das cidades latino-americanas.   
e) melhoria, por meio da arte, das áreas degradadas das cidades.

GABARITO:

Resposta da questão 1: C

Resposta da questão 2: E

Resposta da questão 3: B

Resposta da questão 4: D

Resposta da questão 5: D

Resposta da questão 6: C

Resposta da questão 7: D

Resposta da questão 8: B

Resposta da questão 9: E

Resposta da questão 10: B

Resposta da questão 11: A

Resposta da questão 12: C

Resposta da questão 13: E

Resposta da questão 14: A

Resposta da questão 15: B

Resposta da questão 16: C

Resposta da questão 17: D

Resposta da questão 18: C

Resposta da questão 19: E

Resposta da questão 20: A


Resposta da questão 21: A