Cumprindo o combinado com as turmas 2001 e 2002 do Colégio Exame segue uma lista com 15 questões sobre a Revolução Francesa para que todos possam revisar esse assunto tão importante!!!
Espero que aproveitem... BOM TRABALHO!!!
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1.
A
passagem do século XVIII para o século XIX inaugura o que, convencionalmente,
se denomina de história contemporânea. Depois de quase quatro séculos de
acumulação de capital, de comércio colonial, de sucessivas guerras hegemônicas
e contra-hegemônicas, da desestrutura do feudalismo, da expansão da linguagem
escrita e do ensino, da lenta conquista e subjugação de outras civilizações, a
Europa teve de enfrentar uma profunda transformação de seu processo histórico.
SILVA,
André Luiz Reis da. A nova ordem europeia no século XIX: os
efeitos da dupla revolução na história contemporânea. Ciências &
Letras, Porto Alegre, nº 47, p. 11-24, jan./jun. 2010.
No contexto descrito, o desenvolvimento da burguesia
iniciou uma nova era, que teve como principais marcos históricos
a) a Revolução
Industrial e a Francesa.
b) a Reforma
Protestante e a Contrarreforma.
c) a Comuna de
Paris e a Primavera dos Povos.
d) a Guerra da
Crimeia e a Guerra Civil Americana.
e) a Guerra dos
Trinta Anos e a Guerra dos Sete Anos.
2.
A
Revolução Francesa foi um dos momentos mais importantes no processo de formação
do mundo contemporâneo. Foi um movimento violento que sepultou o absolutismo na
cena política e o mercantilismo na economia, tendo um papel de grande destaque
a burguesia, interessada em instituir um regime que atendesse aos seus
interesses. Durante a revolução tomou forma um corpo legislativo denominado Assembleia
Nacional, que tomou parte central na consolidação das reformas objetivadas pela
revolução.
Dentre as principais reformas realizadas na fase moderada da Revolução
Francesa (1789-1791), pela Assembleia Nacional, podemos citar CORRETAMENTE:
a)
Abolição dos
privilégios especiais do clero e da nobreza; Declaração dos Direitos do Homem e
do Cidadão; subordinação da Igreja ao Estado; elaboração de uma constituição
para a França; reformas administrativas e judiciárias; e ajuda à economia
francesa.
b)
Declaração
Universal dos Direitos Humanos; elaboração do Edito de Nantes, que dava liberdade
religiosa para os não católicos; criação do Banco da França; legalização da
anexação dos territórios da margem esquerda do Reno; elaboração do Código Civil
Francês.
c)
Criação do
Código Civil Francês; criação do Banco da França; elaboração da Declaração dos Direitos
do Homem e do Cidadão; elaboração das primeiras leis trabalhistas que proibiam
o trabalho infantil; concessão do direito ao voto às mulheres.
d)
Direito de
voto para todos os homens, independente da renda; favorecimento de legislação
que incentivava o capitalismo comercial; reforma do sistema educacional com a
criação dos liceus clássicos e de ofícios; maior autonomia para as províncias
históricas da França; criação de uma estrutura descentralizada de governo na
França.
e)
Regulamentação
das leis trabalhistas na França; extensão do direito de voto para todos os homens
e mulheres maiores de 18 anos; reconhecimento do direito de minorias; criação
do Código Civil; a França se tornou uma confederação descentralizada, dividida
em cantões com alto grau de autonomia política; elaboração da Constituição
Civil do Clero.
3. “O governo revolucionário
tem necessidade de uma atividade extraordinária, precisamente porque ele está
em guerra. Suas regras não são uniformes nem rigorosas, porque as
circunstâncias são tumultuadas e inconstantes (...). O governo revolucionário
não tem nada em comum com a anarquia nem com a desordem. Sua meta, ao
contrário, é de as reprimir para implantar e consolidar o reinado das leis.”
Discurso de Robespierre
diante da Convenção, 25 de dezembro de 1793. In:
COSTA, M.; DOUBLET, F. (coord.). Histoire Géographie, 4ª ed. Paris: Magnard, 1998. p.
60.
Durante a Revolução
Francesa, ao assumir a direção da Convenção (1792-1794), os jacobinos adotaram
medidas para conter as forças contrarrevolucionárias.
O discurso de
Robespierre, ao afirmar que as ações do governo revolucionário não podem estar
submetidas a regras uniformes e rigorosas, procurava justificativas para
a)
a criação do
Tribunal Revolucionário, para julgar os suspeitos de atitudes contrarrevolucionárias.
Muitas vezes, o destino dessas pessoas era a morte na guilhotina.
b)
a instituição
do voto censitário, sendo assim apenas pessoas com posses poderiam exercer o poder
de voto e se candidatar para mandatos eletivos.
c)
a convocação
dos Estados Gerais, órgão consultivo formado por representantes dos três estados
e que não se reunia desde 1614.
d)
a criação do
Diretório, órgão que desempenhava o poder Executivo e era composto de cinco pessoas
eleitas entre os deputados.
e)
a coroação de
Napoleão Bonaparte, definida a partir de um plebiscito que aprovou o fim do Consulado
e a transformação da França em Império.
4. Leia com atenção.
Hino
da França – A Marselhesa (tradução)
Avante, filhos da Pátria,
O dia da Glória chegou.
Contra nós, a tirania
O estandarte encarnado se
eleva!
Ouvis nos campos rugirem
Esses ferozes soldados?
Vêm eles até nós
Degolar nossos filhos,
nossas mulheres.
Às armas cidadãos!
Formai vossos batalhões!
Marchemos, marchemos
Nossa terra do sangue
impuro se saciará.
O
Hino da Revolução Francesa, que mais tarde se tornaria o Hino da França,
reflete muito do espírito de luta e sede de mudança que se expandiu
principalmente entre
a)
os clérigos e
nobres, que procuravam manter os privilégios de que gozavam, principalmente em
relação aos impostos.
b)
os burgueses
que, em muitos casos, apesar de possuírem condições econômicas, não possuíam a
participação política desejada.
c)
os camponeses,
que pretendiam romper de vez com os laços escravistas que ainda ditavam as
relações de trabalho na França.
d)
os
representantes do proletariado em ascensão na França que, apesar de ter uma
indústria incipiente, começava o processo de Revolução Industrial.
5. O texto abaixo refere-se à
Revolução Francesa.
O Terror é doravante um
sistema de governo, ou melhor, uma parte essencial do governo revolucionário.
Seu braço. (...) Ele é também um meio de governo omnipresente, através do qual
a ditadura revolucionária de Paris deve fazer sentir sua mão de ferro em todos
os lugares, tanto nas províncias quanto nas forças armadas.
FURET,
François ; OZOUF, Mona. Diccionnaire
critique de la Révolution française. Événements. Paris: Flammarion, 1992.
p. 298-299.
Considere as seguintes
afirmações sobre o denominado Terror.
I. O governo jacobino,
dirigido por Robespierre, e o Comitê de Salvação Pública foram responsáveis
pelo período do Terror.
II. O Terror foi uma
política de extermínio liderada pelos girondinos de origem burguesa.
III. O objetivo dessa
política centrava-se na defesa da Revolução contra os inimigos internos e
externos.
Quais estão corretas?
a)
Apenas I.
b)
Apenas II.
c)
Apenas III.
d)
Apenas I e II.
e)
Apenas I e
III.
6. Atente para as seguintes
citações:
I. "Os reis, aristocratas e tiranos, independentemente da nação a
que pertençam, são escravos que se revoltam contra o soberano da Terra, isto é,
a humanidade, e contra o legislador do universo, a
natureza."
(Maximilien Robespierre, líder
e comandante do terror Jacobino, defensor de ideias revolucionárias para aquele
tempo, como voto universal, eleições diretas, educação gratuita e obrigatória,
e imposto progressivo, segundo a renda.)
II. "[...] garantir
a propriedade do rico, a existência do pobre, o usufruto do industrial e a
segurança de todos."
(Boissy d'Anglas, sobre o
objetivo da Constituição de 1795, da qual foi o relator, promulgada pela Convenção
após a queda do regime de terror implantado pelos jacobinos sob liderança de
Robespierre.)
Analisando as citações
acima, pode-se afirmar corretamente que
a)
representam,
respectivamente, os momentos de maior radicalização popular e de acomodação
burguesa dentro do movimento revolucionário que derrubou o Antigo Regime na
França em 1789.
b)
caracterizam o
processo de reação da nobreza que, liderada por Robespierre, atacou os
interesses da burguesia que a escravizava.
c)
significam o
fim do Estado Burguês, pois tanto Robespierre quanto d’Anglas desejavam a
segurança de todos os franceses indistintamente.
d)
ambas
reproduzem a preponderância dos princípios burgueses de supremacia da liberdade
individual e da fraternidade entre as classes sociais.
7. “O
Terror, que se tornou oficial durante certo tempo, é o instrumento usado para
reprimir a contrarrevolução(...). É a parte sombria e
mesmo terrível desse período da Revolução [Francesa], mas é preciso levar em conta o outro lado
dessa política.”
Michel Vovelle. A
revolução francesa explicada à minha neta. São Paulo: Unesp, 2007, p.
74-75.
São exemplos dos “dois
lados” da política revolucionária desenvolvida na França, durante o período do
Terror,
a)
o julgamento e
a execução de cidadãos suspeitos e o tabelamento do preço do pão.
b)
a prisão do
rei e da rainha e a conquista e colonização de territórios no Norte da África.
c)
a vitória na
guerra contra a Áustria e a Prússia e o fim do controle sobre os salários dos
operários.
d)
a ascensão
política dos principais comandantes militares e a implantação da monarquia
constitucional.
e)
o início da
perseguição e da repressão contra religiosos e a convocação dos Estados Gerais.
8. Convenção Nacional, Reação
Termidoriana, Diretório, Terror e 18 Brumário são fatos e movimentos que
compõem o processo acontecido entre maio de 1789 e novembro de 1799. As várias
fases da Revolução Francesa dão conta das diferenças e divergências existentes
entre os grupos que conduziram o movimento revolucionário.
Assinale a única
alternativa INCORRETA.
a)
O Golpe do “18
Brumário” foi uma tentativa desesperada da nobreza de voltar ao poder. Napoleão
Bonaparte vinha de urna família de tradicionais jacobinos, e era contra a
monarquia, mas mesmo assim aceitou liderar o ataque ao Palácio de Versalhes,
que trouxe Luís XVI de volta ao poder.
b)
A Convenção
Nacional governou a França entre 1792 e 1795 adotando um regime republicano. Os
jacobinos eram a maioria entre os membros da Convenção e foi por isso mesmo que
o rei Luís XVI foi julgado, acusado de traição e executado na guilhotina em
1793.
c)
O golpe “9 de
Termidor”, ou Reação Termidoriana, marcou a ascensão da ala moderada da
burguesia ao poder. Os girondinos, que representavam a burguesia comercial,
conseguiram, por um ato de força, afastar as camadas populares (jacobinos) do
centro do poder político.
d)
A Convenção
criou o Comitê de Salvação Pública, que combatia os contrarrevolucionários
praticando o “Terror”. Primeiro foram os monarquistas, os girondinos e os
moderados a serem guilhotinados. Depois, até os grupos mais próximos aos jacobinos
foram alcançados pelo Terror.
e)
O Diretório
foi eleito em 1795, baseado em
uma aliança com o exército e incumbido de elaborar a nova Constituição da
República francesa que nascia. Para a burguesia, o Diretório deveria ser
moderado e manter a revolução longe da república democrática Jacobina e do
Antigo Regime.
9. Felizmente, a Revolução
Francesa ainda está viva. Pois a Liberdade, a Igualdade, a Fraternidade, os
valores da Razão e do Iluminismo – os valores que construíram a civilização
moderna (...) – são mais necessários do que nunca, na medida em que o
irracionalismo, a religião fundamentalista, o obscurantismo e a barbárie estão,
mais uma vez, avançando sobre nós. É, portanto, uma boa coisa que, no ano de
seu bicentenário (1989), tenhamos a ocasião de pensar novamente sobre os
acontecimentos históricos que há dois séculos transformaram o mundo. Para
melhor.
(Hobsbawm, Eric. Ecos da Marselhesa: Dois séculos reveem a Revolução Francesa. São Paulo: Companhia da
Letras, 1996. p. 127. In: Marques, Adhemar. Pelos caminhos da história. Ensino
médio. Curitiba: Positivo, 2006. p. 254.)
Na visão do autor do texto,
um dos mais conceituados historiadores de nosso tempo, a “Revolução Francesa
ainda está viva”.
Acerca do pensamento de Hobsbawm e os acontecimentos que
permeiam o cotidiano atual, é correto afirmar que
a)
é possível
estabelecer relações de semelhança entre os atores sociais, que protagonizaram
a revolução burguesa em questão, e os embates, que ainda permanecem presentes
em nossa sociedade.
b)
a presença de
sinais de conflito, tais como o “irracionalismo” e o “obscurantismo”, citados
pelo historiador, comprova a total ineficácia do processo revolucionário
empreendido em 1789.
c)
percebe-se,
nos dias atuais, que os entraves feudais, os quais foram os grandes causadores
da Revolução Francesa, permanecem como uma constante na realidade de toda a
Europa Ocidental.
d)
como ainda
existem, na atualidade, as mesmas classes sociais do período moderno, palco da
Revolução Francesa, a história permanece a mesma, sem alterações que possam ser
consideradas válidas.
10. Oh! Aquela alegria me deu
náuseas. Sentia-me ao mesmo tempo satisfeito e descontente. E eu disse: tanto
melhor e tanto pior. Eu entendia que o povo comum estava tomando a justiça em
suas mãos. Aprovo essa justiça, mas poderia não ser cruel? Castigos de todos os
tipos, arrastamentos e esquartejamentos, tortura, a roda, o cavalete, a
fogueira, verdugos proliferando por toda parte trouxeram tanto prejuízo aos
nossos costumes! Nossos senhores colherão o que semearam.
Graco Babeuf, citado por R.
Darnton. O beijo de Lamourette. Mídia, cultura e revolução. São Paulo:
Companhia das Letras, 1990, p. 31. Adaptado.
O texto é parte de uma
carta enviada por Graco Babeuf à sua mulher, no início da Revolução Francesa de
1789. O autor
a)
discorda dos
propósitos revolucionários e defende a continuidade do Antigo Regime, seus
métodos e costumes políticos.
b)
apoia
incondicionalmente as ações dos revolucionários por acreditar que não havia
outra maneira de transformar o país.
c)
defende a
criação de um poder judiciário, que atue junto ao rei.
d)
caracteriza a
violência revolucionária como uma reação aos castigos e à repressão antes
existentes na França.
e)
aceita os
meios de tortura empregados pelos revolucionários e os considera uma novidade
na história francesa.
11. Os diversos grupos envolvidos na
Revolução Francesa interpretaram diferentemente os princípios teóricos que a
fundamentaram. Uma interpretação desses princípios pode ser exemplificada no Manifesto
dos Iguais, que se expressava nos seguintes termos:
Desde a própria existência da sociedade civil, o atributo mais belo do
homem vem sendo reconhecido sem oposição, mas nem uma só vez pôde ver-se
convertido em realidade: a igualdade nunca foi mais do que uma bela e estéril
dicção da lei. E hoje, quando essa igualdade é exigida numa voz mais forte do
que nunca, a resposta é esta: “Calai-vos, miseráveis! A igualdade não é
realmente mais do que uma quimera; contentai-vos com a igualdade relativa:
todos sois iguais em face da lei. Que quereis mais, miseráveis?” Que mais
queremos? Queremos igualdade efetiva ou a morte. De que mais precisamos além da
igualdade de direitos? Queremos vê-la entre nós, sob o teto das nossas casas.
BABEUF, Graco. Manifesto dos Iguais.
Elaborado na fase do Diretório, esse Manifesto inspirou a “Conspiração
dos Iguais”, que foi sufocada, e seu líder, Graco Babeuf, preso e executado.
No contexto da Revolução Francesa, esses acontecimentos evidenciam que
a)
o
partido conservador, cujos membros eram conhecidos como realistas, uniu-se à
alta burguesia e lutava para restaurar a monarquia.
b)
a
facção dos radicais, liderada por Robespierre, temia a ascensão das massas
operárias.
c)
os
ideais inspiradores do movimento revolucionário foram aplicados na medida em
que atenderam os interesses da burguesia.
d)
as ideias
radicais orientaram a ação dos jacobinos, que assumiram a liderança do processo
revolucionário.
12. Que o preço de todos os
gêneros de primeira necessidade seja fixado invariavelmente sobre os dos ditos
antigos, depois de 1789 até, inclusive, o ano 90, proporcionalmente às suas
qualidades diversas; que as matérias-primas sejam também tabeladas, de maneira
que os lucros da indústria, os salários do trabalho e os benefícios do comércio
possam facultar ao homem industrioso, ao agricultor, ao comerciante, adquirir a
coisas necessárias e indispensáveis à subsistência, e ainda tudo quanto possa
contribuir para o bem-estar.
(Albert
Soboul. História da Revolução Francesa)
A medida tratada no texto e
colocada em vigor durante a Revolução Francesa pelo Comitê de Salvação Pública
foi:
a)
a Lei do
Máximo;
b)
a Lei dos
Suspeitos;
c)
a redação dos
cadernos de queixas;
d)
a abolição dos
direitos feudais;
e)
a abolição das
corporações de ofício.
13. “A execução de Luís XVI, em
janeiro de 1793, abalou a nobreza europeia. No interior da França, eclodiram
revoltas (...). No exterior, formou-se a Primeira Coligação europeia (...). A
França foi novamente invadida. (...) Teve início então, o Período do Terror,
que se estenderia até julho de 1794.”
O Período do Terror,
caracterizado pela radicalização do processo revolucionário, ocorreu durante a
fase da (o)
a)
Monarquia
Constitucional e era chefiado por jacobinos.
b)
Diretório e
era dirigido por girondinos.
c)
Assembleia
Legislativa e era comandado por “sans-culottes”.
d)
Assembleia
Nacional Constituinte e era orientado por girondinos.
e)
Convenção
Nacional e era liderado por jacobinos.
14. No início da Revolução Francesa, a
Assembleia Nacional Constituinte promulgou, em 26 de agosto de 1789, a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que estabelecia: “Os homens
nascem e são livres e iguais em direitos” (art. 1º).
Tal texto reflete uma
característica do pensamento liberal, que:
a)
eliminava
a ordem social e política calcada nos privilégios de nascimento;
b)
fortalece
o poder real;
c)
preservava
os direitos seculares do clero e da nobreza;
d)
proclamava
a igualdade econômica de todos.
15. “ Santa
Guilhotina, protetora dos patriotas, rogai por nós;
Santa Guilhotina, terror
dos aristocratas, protegei-nos;
Máquina adorável, tende
piedade de nós;
Máquina adorável, tende
piedade de nós;
Santa Guilhotina,
livrai-nos de nossos inimigos.”
(In ARASSE, Daniel. A
Guilhotina e o Imaginário do Terror. SP: Atica, 1989. p 106-107)
A leitura do texto remete
ao período da Revolução Francesa conhecido como Terror, que pode ser
identificado como o momento
a)
de diversas
revoltas lideradas por trabalhadores rurais que pleiteavam o direito à terra, e
contra os quais o governo girondino utilizou a guilhotina indiscriminadamente.
b)
de medidas
populares, tais como o controle de preços e a reforma agrária, sob a liderança
jacobina, durante o qual a guilhotina representava para muitos a justiça
revolucionária.
c)
do apogeu do
domínio burguês, caracterizado pela criação do Banco de França e pelo aumento
do comércio francês com as nações europeias, durante o qual a guilhotina
simbolizava a eliminação dos resquícios feudais.
d)
do retorno da
nobreza em uma ação contrarrevolucionária, que eliminou as lideranças burguesas
e populares que haviam iniciado o processo revolucionário e utilizou a
guilhotina como protetora da pátria ameaçada.
e)
resultante da
Lei de Cercamentos, que provocou a expulsão dos camponeses de suas terras e sua
execução sumária, através do uso da guilhotina.
Gabarito:
Resposta da questão 1: [A]
Somente a proposição [A] está correta. A questão remete ao longo
processo de transição das estruturas feudais para as estruturas capitalistas.
Na Baixa Idade Média, séculos XII-XV, ocorreram inúmeras transformações na
Europa que contribuíram para o início da crise feudal. Surgiu a burguesia que
dinamizou a economia através do comércio, moeda e mundo urbano. A Idade
Moderna, séculos XV-XVIII, foi caracterizada pelo capitalismo
comercial-mercantil e com acúmulo de capital nas mãos da burguesia. No final do
século XVIII ocorreram dois grandes fatos históricos que contribuíram muito
para o fim do mundo feudal e a consolidação do capitalismo. Trata-se da
Revolução Francesa e da Revolução Industrial.
Resposta da questão 2: [A]
A questão remete a Revolução Francesa, 1789-1799. A Revolução Francesa
foi uma revolução burguesa que destruiu o “Antigo Regime” (Absolutismo e
Mercantilismo) implantando as bases do capitalismo liberal-industrial na
França. A primeira fase do movimento é denominada de Assembleia Nacional
Constituinte, 1789-1791 na qual ocorreram fatos importantes para a Revolução
Francesa e para a posteridade, tais como: o fim dos privilégios feudais no dia
4 de agosto de 1789, a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão
em 26 de agosto de 1789, a Constituição Civil do Clero de 1790 subordinando a
Igreja ao Estado e a constituição de 1791.
Resposta da questão 3: [A]
A questão remete a Revolução Francesa, 1789-1799, em especial ao período
da Convenção Nacional, 1792-1795. Em meados de 1793, os Jacobinos com apoio dos
Sans Culottes assumiram o poder dentro da Convenção Nacional e implantaram um
governo ancorado em reformas sociais significativas e o terrorismo através da
guilhotina. Robespierre, "o incorruptível”, apoiado nas ideias do filósofo
iluminista Rousseau tornou-se o maior líder dos jacobinos. Neste período foram
criados comitês como o de “Salvação Nacional” e de “Salvação Pública” que
julgavam os opositores da revolução.
Resposta da questão 4: [B]
Ás
vésperas da Revolução Francesa, a pirâmide social francesa contava com três
camadas sociais hierarquicamente organizadas, a saber: (1) primeiro estado –
clero, (2) segundo estado – nobreza e (3) terceiro estado – trabalhadores e
burguesia (povo em geral).
O terceiro estado não possuía direitos ou participação política, tendo
como única obrigação trabalhar, pagar impostos e sustentar a França. Por essa
razão, o movimento revolucionário teve início.
Resposta da questão 5: [E]
A afirmativa [II] está incorreta porque
a Fase do Terror foi liderada pelo
lado jacobino do Terceiro Estado, e
não pelo lado girondino.
Resposta da questão 6: [A]
As citações deixam claro que Jacobinos e Girondinos tinham posições bem diferentes na França, apesar de
derivarem do Terceiro Estado. Os primeiros eram radicais no modo de pensar e
agir, tanto que defendiam eleições diretas e a morte de qualquer opositor do
povo. Os últimos pensavam e agiam de maneira moderada, dando ênfase ao
pensamento burguês, como fica claro nas afirmações “garantir a propriedade do rico (...) [e] o usufruto do industrial (...)”.
Resposta da questão 7: [A]
Somente a alternativa [A] está correta. Na Revolução Francesa,
1789-1799, ocorreu o período do “Terror” entre junho de 1793 até julho de 1794
no contexto da Convenção nacional. Os jacobinos liderados por Robespierre com
apoio dos Sans culottes utilizaram a guilhotina e mataram muitas pessoas
consideradas traidoras da revolução. No entanto, apesar do terror e da
violência, os jacobinos adotaram algumas medidas sociais importantes como a lei
do máximo que congelou preços e aboliu a escravidão nas colônias das França,
criou um novo sistema de pesos e medidas, entre outras medidas importantes. As demais
alternativas estão incorretas. O rei foi guilhotinado antes do período do
terror. Em setembro de 1792 foi adotada a república na França. A perseguição
aos religiosos começou antes e a convocação dos Estados Gerais ocorreu em 1789.
Resposta da questão 8: [A]
O Golpe do 18 Brumário – que levou Napoleão ao poder – foi articulado
pelos girondinos (grupo do Terceiro
Estado cuja atuação era moderada) com a intenção de (1) pôr fim às disputas
entre os grupos do Terceiro Estado e (2) consolidar a Revolução.
Resposta da questão 9: [A]
A proposição [A] está correta. A Revolução Francesa, 1789-1799, liderada
pela burguesia, foi inspirada no ideário iluminista, sobretudo as ideias de
liberdade, igualdade e fraternidade. Em 1799, Napoleão Bonaparte deu um golpe
de Estado chamado “Golpe do 18 Brumário” colocando fim a Revolução Francesa. No
entanto, os trabalhadores da França e de todo o mundo não usufrui de liberdade,
igualdade e fraternidade. Esta bandeira da Revolução Francesa é muito atual
considerando que temos ainda muito para conquistar. As demais alternativas
estão incorretas. Não temos hoje as mesmas classes sociais da Idade Moderna.
Atualmente não há na Europa entraves feudais, estes foram suprimidos na era das
“Revoluções Burguesas”.
Resposta da questão 10: [D]
O texto mostra os sentimentos de Graco Babeuf em relação aos eventos que
iniciaram a Revolução Francesa, em 1789. Tais sentimentos apresentam-se
contraditórios, embora, ao final, Babeuf deixe claro que a ação violenta dos
revolucionários era uma resposta aos abusos cometidos pelo Antigo Regime
francês ("Nossos senhores colherão o que semearam"). Posteriormente,
na fase da Revolução Francesa conhecida como Diretório, Graco Babeuf liderou a
Conjura dos Iguais.
Resposta da questão 11: [C]
A fase do Diretório iniciou-se com a derrubada do governo de Robespierre
e a execução de diversos líderes populares. Essa fase é muitas vezes
compreendida como “contra revolução burguesa”, momento em que os projetos
populares perdem espaço e o país passa a ser comandado pela burguesia. A
Conspiração dos Iguais foi a principal manifestação contra o projeto burguês
que se implementava.
Resposta da questão 12: [A]
O texto discorre sobre a fase radical da Revolução Francesa, na qual o
partido jacobino governou. Uma das medidas tomadas nesse período foi a Lei do
Máximo sobre as mercadorias, que, dessa forma, pretendia ajudar os mais pobres.
Resposta da questão 13: [E]
É preciso conhecer a cronologia da Revolução Francesa para responder a
esta questão. Se o estudante conhecer as propostas dos grupos políticos
envolvidos no processo revolucionário, também conseguirá resolver à questão de
forma tranquila, uma vez que os jacobinos são conhecidos por seu radicalismo.
O único fator que poderia complicar o aluno é a alternativa [A]. Mas,
por outro lado, a execução de Luís XVI marca o fim da monarquia na França
durante esse período.
Resposta da questão 14: [A]
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão buscava, dentre outras
coisas, acabar com um dos maiores males da época do Antigo Regime: a
valorização social a partir do critério de nascimento. Tal valorização
beneficiava a Nobreza e estabelecia uma hierarquização social prejudicial às
camadas mais baixas da sociedade.
Resposta da questão 15: [B]
Em 1792, inicia-se na França o governo da Convenção, dominada pelos
jacobinos (radicais) sob a liderança de Robespierre, Danton e Marat que
organizaram as guardas nacionais, encarregadas de eliminar qualquer
oposicionista ao novo governo conduzindo-os à guilhotina. Muitos integrantes da
nobreza e outros franceses de oposição foram condenados a morte neste período.
A violência e a radicalização política são as marcas desta época, chamada
também de fase do Terror.